terça-feira, 24 de maio de 2016

AULA SOBRE PLANEJAMENTO / PROJETO - DIA 30/04/2016

Vimos nesta aula as origens do Planejamento, Escola Nova e Escola Tradicional.
Os alunos muitas vezes dão a ideia sobre pesquisas, o professor e ao aluno planejam juntos o assunto do projeto.
O tempo do projeto, varia, dependendo da interação e curiosidade dos alunos, um dia durante a semana é dedicada ao projeto.
O professor não tem mais controle sobre o conhecimento.
Quanto mais se usa os sentidos mais se aprende, isso significa todos os cinco sentidos.
Não deixar de fora os projetos da vida real da criança.
Interdisciplinaridade - Interação entre os professores.
O Projeto pode surgir da própria vivência e necessidade da criança.
O Projeto condutor, nós sabemos, mas não sabemos o resultado final.
- Avaliação contínua do aluno
- Construir juntos o conhecimento
- Cada aluno escolhe como vai apresentar o que aprendeu sobre o projeto, sem "prova"
- Planejar juntos o Projeto
- Professor planejar os recursos que irá usar nos dias do Projeto
- Culminância
- Tempo Flexível

Autores e Livros citados na aula:
* Jonh Dewey e a Escola Nova
* Fernando Hernandez
* Livro Curiosidade Premiada - Fernanda Lopes de Almeida


A seguir um pouco do Projeto desenvolvido pela Professora Angela Maria Ribeiro, desenvolvida na Escola Municipal Candida Arantes.
"Projeto Literatura Doce"
História João e Maria
As crianças fizeram doce de brigadeiro






quarta-feira, 27 de abril de 2016

PEDAGOGIA SOCIAL




Mais uma vez devido às grandes transformações sociais que ocorrem nas sociedades atuais, uma nova concepção de educação tem sido exigida. Os Estudos da pedagogia social vão ao encontro daqueles sujeitos que historicamente sempre foram excluídos de todo esse processo (Paula e Machado, 2008). Estas questões estão retratadas no próprio documento do Ministério da Educação e Cultura, MEC (Brasil, 2005, p.5):
“Enfatiza-se ainda que grande parte dos Cursos de Pedagogia hoje tem como objetivo central à formação de profissionais capazes de exercer a docência na Educação Infantil, nos anos iniciais do ensino Fundamental, nas disciplinas pedagógicas para a formação de professores, assim como para a participação no planejamento, gestão e avaliação de estabelecimentos de ensino, de sistemas educativos escolares, bem como organização e desenvolvimento de programas não escolares. Os movimentos sociais também têm insistido em demonstrar a existência de uma demanda ainda pouco atendida, no sentido de que os estudantes de Pedagogia sejam também formados para garantir a educação, com vistas à inclusão plena dos segmentos historicamente excluídos dos direitos sociais, culturais, econômicos e políticos.
 Embora ainda haja discussões em torno da formação do profissional Pedagogo ter ou não uma base na concepção de docência, essa dicotomia, no entanto têm em comum em considerar a formação do Pedagogo como base científica. O profissional da educação para atuar em espaços diversos, e também em espaços escolares, precisa saber aprender a refletir de forma crítica, científica e teórica a fim de que possa agir comprometido, competente e responsável com todas as classes sociais e diferentes contextos (Paula  e Machado, 2008) . Sobre esse tema Libâneo (2006, p.7) afirma que:
“Todo trabalho docente é trabalho pedagógico, mas nem todo trabalho pedagógico é trabalho docente. Um professor é um pedagogo, mas nem todo pedagogo precisa ser professor. Isso de modo algum leva a secundarizar a docência, pois não estamos falando de hegemonia ou relação de precedência entre campos científicos ou de atividade profissional. Trata-se, sim, de uma epistemologia do conhecimento pedagógico. (…) Precisamente pela abrangência maior do campo conceitual e prático da Pedagogia como reflexão sistemática sobre o campo educativo, pode-se reconhecer na prática social uma imensa variedade de práticas educativas, portanto uma diversidade de práticas pedagógicas. Em decorrência, é pedagoga toda pessoa que lida com algum tipo de prática educativa relacionada com o mundo dos saberes e modos de ação, não restritos à escola. A formação de educadores extrapola, pois, o âmbito escolar formal, abrangendo também esferas mais amplas da educação não-formal e formal. Assim, a formação profissional do pedagogo pode desdobrar-se em múltiplas especializações profissionais, sendo a docência uma entre elas.
A pedagogia social só começou a ter produções significativas a partir das últimas décadas, onde esses artigos trazem as incertezas e divergências sobre a estrutura e finalidade da educação não formal e da pedagogia social (Paula e Machado, 2008). Porém todas as discussões concordam em não desvalorizar a escola formal embora discutam os mecanismos excludentes que ela produz a partir dos seus processos formais de aprendizagem.
Uma importante definição de Caliman (2006, p.5) que define bem a respeito da pedagogia social, onde fica clara que ela é uma ciência voltada para as classes sociais populares, argumenta da necessidade de mais estudos sobre as práticas nessa área:

“(…) diz respeito á diferença entre Pedagogia Escolar e Pedagogia Social. A primeira tem toda uma história e é amplamente desenvolvida pela didática, ciência ensinada nas universidades. A segunda, a Pedagogia Social, se desenvolve dentro de instituições não formais de educação É uma disciplina mais recente que a anterior. Nasce e se desenvolve de modo particular no século XIX como resposta às exigências da educação de crianças e adolescentes (mas também de adultos) que vivem em condições de marginalidade, de pobreza, de dificuldades na área social. Em geral essas pessoas não frequentam ou não puderam frequentar as instituições formais de educação. Mas não só: o objetivo da Pedagogia Social é o de agir sobre a prevenção e a recuperação das deficiências de socialização, e de modo especial lá onde as pessoas são vítimas da insatisfação das necessidades fundamentais. Podemos reafirmar, portanto, que no Brasil atual a Pedagogia Social vive um momento de grande fertilidade. É um momento de criatividade pedagógica mais que de sistematização dos conteúdos e dos métodos. Em outras palavras, mais que pedagogistas, temos no Brasil educadores que colaboram com o nascimento e o desenvolvimento de um know how com identidade própria, rica de intuição pedagógica e de conteúdos. Ao mesmo tempo nos damos conta de que é chegado o momento no qual precisamos sistematizar toda essa gama de conhecimentos pedagógicos para compreender melhor e interpretar a realidade e projetar intervenções educativas efetivas.



Convém esclarecermos que os termos Pedagogia Social e Educação Social não são sinônimos. Pedagogia Social é uma disciplina científica; uma teoria que irá fornecer as ferramentas para a Educação Social, que é uma práxis. Entretanto, uma está intrinsecamente ligada à outra, mesmo que se diferenciem na produção discursiva (Pedagogia Social) para criar tentativa de sustentação de uma práxis (Educação Social). Trata-se de mais uma invenção de diferenciar termos frente ao uso deles com igual intensidade e densidade (e tensidade) na nossa realidade; trata-se ao nosso sentir, de demarcar espaços profissionais e discursivos (teóricos).
DEFININDO PEDAGOGIA SOCIAL Zucchetti (2008; p. 1) diz, em relação à Pedagogia Social, existem poucos estudos nessa seara, já na Europa (especialmente Espanha) esse saber fazer é entendido como ciência da Educação. Mas o seu enfoque se deu no século XIX na Alemanha, “mas é ao longo do século XX que a pedagogia social se consolida e se transforma em formação acadêmica”.
A pedagogia social é uma disciplina pedagógica ou, se preferir, uma das ciências da educação (MERCES, 2003). A educação social, portanto está inserida na ordem da prática, dos fenômenos e dos processos. A pedagogia social de rua traz a visão dos significados sociais que grupos diversos manifestam em suas diferenciadas situações.(...) O objetivo da pedagogia social de rua, não é manter a criança na rua, mas educá-la para que esta possa optar pela “desrualização”, esta é de certa forma uma contra-pedagogia que busca irromper uma nova cultura, que parta do cotidiano daqueles que elegem forçosamente a rua como morada. (...)A pedagogia social de rua por possuir especificidades, ainda é muito incompreendida, pois assume uma postura aberta, diferenciada de educação, o processo educativo acontece em espaços não formais dirigidos a grupos especiais, que em sua grande parte não são considerados como cidadãos possuidores de direitos pela sociedade que os cerca. ( Paiva, 2005. p. 3).

O educador precisa ter habilidade e competência estar atento para ser capaz de explorar as oportunidades repleta de possibilidades, que as práticas de educação não-formal oferecem para a construção da identidade, da recuperação da auto-estima, da preparação profissional e da conscientização política e social. Tornando os excluídos sujeitos de direitos e atores do seu próprio destino.



quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Linguagem Matemática e a Língua Materna


A relação entre a matemática e a língua portuguesa é considerada por muitos uma relação de extrema importância, pois abre um leque de oportunidades de se trabalhar com as situações-problemas que depende tanto a capacidade matemática de raciocinar e a interpretação e contextualização da língua materna.

A base matemática do ensino praticado hoje em dia traduz-se na busca do entendimento do abstrato e na procura da interpretação e utilização correta da matemática no dia-a-dia.

A Influência da Língua Materna em Matemática

Entende-se por língua materna aquela que aprendemos quando criança que, no caso do Brasil, é o português. Porém, esta não é a única linguagem que procuramos dominar ao longo da vida. Neste sentido, podemos afirmar que o processo de alfabetização não está limitado á língua materna, podendo ser estendido , à linguagem musical, a linguagem dos sinais (LIBRAS), a linguagem computacional e a linguagem
matemática, entre outras.

A relação entre a língua materna e a matemática é definida através da função que cada um exerce em nosso cotidiano. A língua materna se forma com a necessidade de expressão e comunicação do pensamento.
A Relação das Dificuldades da Linguagem, Leitura e Escrita com as
Dificuldades em Matemática

Estas incluem habilidades linguísticas (compreensão e o emprego da nomenclatura matemática, a compreensão ou denominação de operações matemáticas e a codificação de problemas representados com símbolos matemáticos), habilidades perceptivas (como o reconhecimento ou a leitura de símbolos numéricos ou sinais aritméticos, e o agrupamento de objetos em conjuntos), habilidades de atenção (como que transportamos e que devemos acrescentar a cada passo, e observar os sinais das operações) e as habilidades matemáticas (como o seguimento das sequências de cada passo nas operações matemáticas, contar objetos e aprender as tabuadas de multiplicar). (GARCIA, 1998, p.211)


A Produção, Interpretação e Resolução de Problemas nos Textos Matemáticos
O estudo de conceitos matemáticos adaptados em textos na educação básica pode contribuir significativamente no processo de aprendizagem e na facilidade de construir situações-problema no ensino fundamental e médio. A resolução de problemas é um fator que requer a interação da interpretação de textos, a contextualização com os conceitos matemáticos.
Dificuldades diagnosticadas:
1. Dificuldade de leitura que o aluno demonstra;
2. A falta de generalização nos conceitos matemáticos.
Uma questão importante na formação de opinião dos alunos que é a memorização e o conhecimento adquirido, o primeiro forma o conhecimento de maneira mecanizada, enquanto o segundo ajuda o aluno a refletir, questionar, indagar, duvidar, levantar hipóteses, imaginar soluções, organizar ideias e pesquisar. Isto faz com que o aluno perceba a importância dos estudos e suas aplicações no dia-a-dia.
Tópicos importantes quanto ao ensino/ aprendizagem:
1. Cobrança de informações;
2. Avaliação mal feita;
3. Informação Veiculada;
4. Pressão verbal: linguagem e escrita;
5. Discriminação de problemas típicos;
6. O conhecimento de fórmulas nunca é suficiente para se chegar a um resultado satisfatório.


Todo projeto educacional que não considera o ambiente cultural em que vivem os alunos é. por definição, alienante. O ensino da Matemática não será menos alienante que o ensino de qualquer outra matéria, se não considerar o contexto cultural dos alunos.
No Brasil, podemos constatar a existência de realidades culturais as mais contrastantes. Primeiramente, existem grupos indígenas, com línguas e representações matemáticas próprias e, frequentemente, desconhecidas.
A pesquisa etnomatemática é indispensável para que o ensino possa considerar os conhecimentos dos alunos nesse caso. Em segundo lugar, as diferenças de classes, caracterizadas por diferentes costumes e formas de educação informal, resultam em que alguns adquiram fora da escola um "capital cultural" valorizado pela escola, como significativo para a aprendizagem da Matemática, enquanto outros dispõem de conhecimentos não-reconhecidos como importantes para a aprendizagem escolar.Antropologia e Educação Matemática

Questões Psicológicas

Duas questões amplas vêm sendo investigadas no âmbito da psicologia com relação à Educação Matemática. A primeira refere-se aos subsídios da psicologia para a compreensão do processo educativo. Nesse sentido, a contribuição da psicologia tem sido a de explicar a natureza dos conceitos matemáticos, sua organização e seu desenvolvimento. A contribuição de Piaget na análise dos invariantes necessários à compreensão dos mais variados conceitos matemáticos, influenciou a pesquisa nesse campo, sugerindo investigações relativas à melhor época em que ensinar o conceito na escola e a importância da participação ativa dos alunos na resolução de problemas, a fim de que eles venham a compreender os invariantes dos conceitos.

A segunda questão, proposta pela psicologia frente à Educação Matemática, refere-se às consequências da aprendizagem da Matemática. O ensino da Matemática, como o ensino do Latim ou da Gramática, já foi. em certas ocasiões, justificado em termos de sua consequência ampla para o raciocínio dos alunos. No entanto, apenas recentemente, as consequências da aprendizagem da Matemática têm sido investigadas de maneira sistemática. Essas análises têm mostrado ser a questão muito mais complexa do que se imaginou anteriormente. Por um lado. Diversos estudos com populações pouco escolarizadas (como mestres-de-obras.
marceneiros, pequenos agricultores, feirantes. pescadores, etc.) mostram que é possível documentar de modo claro a compreensão de inúmeros invariantes ligados a conceitos matemáticos relativamente complexos, em pessoas que não frequentaram a escola por tempo suficiente para terem recebido instrução nesses conceitos. Por outro lado sua representação do conceito tende a divergir daquela transmitida na escola e a refletir as limitações específicas do modo de representação utilizado.

O Novo Papel do Professor
Se considerarmos o significado da Educação Matemática no mundo atual e a criação e o desenvolvimento de uma nova disciplina, a Educação Matemática, devemos concluir que o professor não pode mais reproduzir os modelos educacionais que ele próprio vivenciou enquanto aluno. Mudaram o mundo, os objetivos e a concepção de ensino, portanto, precisa mudar também o professor. As considerações psicológicas sugerem que o professor tem o papel de levar o aluno a reconstruir modelos matemáticos que ele compreenda em outras situações, representá-los de maneira a poder utilizar os mais poderosos sistemas simbólicos da Matemática, como instrumento de pensamento, utilizá-los em uma variedade de situações que lhe deem significado.

Finalmente, o professor de Matemática precisa também comprometer-se com o ensino crítico da Matemática. A Matemática cria realidades para o indivíduo como, por exemplo, através da escolha social de modelos que determinam o preço de serviços essenciais (como eletricidade) e os índices de inflação. A análise desses modelos que criam realidades é essencial à formação crítica do aluno.
“As pessoas crescidas adoram os números.
Quando você lhes fala de um novo amigo, elas nunca perguntam o essencial: ‘Qual é o som de sua voz?  
Quais são seus brinquedos preferidos? Ele coleciona borboletas?’
Elas sempre perguntam: ‘Qual é sua idade?
 Quantos irmãos ele tem?
 Quanto ele pesa?
 Quanto ganha seu pai?’ Somente então elas acreditam tê-lo conhecido.
Se você diz às pessoas crescidas: ‘Eu vi uma bela casa de tijolos cor-de-rosa, com gerânios nas janelas e pombos no telhado...’ elas não conseguem nem imaginar essa casa.
 É necessário dizer-lhes – ‘eu vi uma casa de cem mil francos.’
Então elas exclamam – ‘Como é bonita!’”
(Antoine de Saint-Exupéry, em O pequeno Príncipe)






quarta-feira, 23 de setembro de 2015

PLANO DE AULA

1 – TÍTULO: Artes – Trabalhando com a música a Aquarela
Música: Apreciação significativa em música: escutar, se envolver e compreender a linguagem musical.
 Intérprete: Toquinho / Composição: Toquinho / Vinicius de Morais / G. Morra / M. Fabrizio
2 – OBJETIVOS:
- Desenvolver o gosto pela linguagem poética e pelo belo
- Representar a música “Aquarela” através de quadrinhos feitos com a técnica de recorte e colagem utilizando diferentes materiais
- Cantar a música “Aquarela”.

3 – PÚBLICO ALVO: 4º Ano do Ensino Fundamental

4 – MATERIAIS:
- Aparelho de CD
- Papéis coloridos
- Cola branca e tesoura
- Cartolina
- Tintas guache
- Revistas
5 – DESENVOLVIMENTO:
- Separe a música em partes
- Desenhe as cenas que a música sugere
- Escreva a letra da música em partes e intercale os trabalhos, como se fossem quadros.
Conteúdos trabalhados:
- Música e poesia
- Canto
- Cores, linhas, formas, proporção, harmonia.
Técnicas trabalhadas:
- Recorte e colagem c
- Montagem e organização e texto
Início – Apresente a letra da música para as crianças. Peça que leiam e falem qual a mensagem que a poesia traz.
Coloque a música para tocar e pergunte aos alunos o que eles acharam da poesia depois de ouvi-la em música.
Desenvolvendo a criatividade
- Divida a música em várias partes
- Separe a classe em grupos (tantos grupos quanto o número de separações da poesia).
- Sorteie qual grupo deverá representar cada parte
- Peça às crianças que representem a parte da música através do recorte e colagem com papel
- Peça que colem o que criaram em uma cartolina.  
Finalização do trabalho – Cole cada quadro e escreva em tamanho grande, o verso correspondente. Monte uma exposição e convide os outros alunos.
6 – AVALIAÇÃO:
Essa aula tem o objetivo de despertar na criança o gosto pela boa música, ensinando que a música também é um poema.
Trabalhar a arte de desenhar, pintar e colar, montar cartazes, trabalhar em grupo e explicar a importância desse trabalhar em grupo.
E depois expor os trabalhos, para que sintam orgulho do trabalho realizado.
Acho muito importante o trabalho com a música referente às crianças, as boas músicas, pois, estamos carentes disso.
Com certeza quando estiver trabalhando, esta será uma aula que com certeza gostaria de trabalhar.

  
Letra da Música
Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo,
E com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo...
Corro o lápis em torno da mão e me dou uma luva,
E se faço chover com dois riscos tenho um guarda-chuva...
Se um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul do papel,
Num instante imagino uma linda gaivota a voar no céu...
Vai voando contornando a imensa curva Norte e Sul,
Vou com ela viajando Havaí, Pequim ou Istambul,
Pinto um barco a vela, branco navegando, é tanto céu e mar num beijo azul...
Entre as nuvens, vem surgindo um lindo avião rosa e grená,
Tudo em volta colorindo com suas luzes a piscar...
Basta imaginar e ele está partindo, sereno e lindo,
Se a gente quiser ele vai pousar...
Numa folha qualquer eu desenho um navio de partida,
Com alguns bons amigos bebendo de bem com a vida...
De uma América a outra eu consigo passar num segundo,
Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo...
Um menino caminha e caminhando chega no muro,
E ali logo em frente, a esperar pela gente o futuro está...
E o futuro é uma astronave que tentamos pilotar,
Não tem tempo, nem piedade nem tem hora de chegar...
Sem pedir licença muda a nossa vida e depois convida a rir ou chorar...
Nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá,
O fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar...
Vamos todos numa linda passarela, 
De uma aquarela que um dia enfim descolorirá...
Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo (Que descolorirá!)
E com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo (Que descolorirá!)
Giro um simples compasso, num círculo eu faço o mundo (Que descolorirá!)...

Referências:


terça-feira, 25 de agosto de 2015

A Mitologia do Preconceito Linguístico

Mito nº 6
“O certo é falar assim porque se escreve assim.”
O autor explica o fenômeno da variação, onde nenhuma língua é falada do mesmo jeito em todos os lugares, assim como nem todas as pessoas falam a própria língua de modo idêntico. A supervalorização da língua escrita, combinada com o desprezo da língua falada, é preconceito.
Esse mito tem como maior colaborador o sistema de ensino, pois é através dele que o aluno é obrigado a ler como se escreve, não levando em consideração o ambiente do falante. É lógico que a ortografia segue regras, devendo ser cumpridas, mas a fala não deve imitar a escrita, pois como podemos perceber em nosso dia-a-dia o ser humano aprende primeiro a falar e depois a escrever, sendo assim é uma hipocrisia afirmar que a língua deve ser como a escrita.
http://www.pixton.com/br/comic/gpzgzq7v

terça-feira, 9 de junho de 2015

FOTOGRAFIA E CINEMA

Para além da possibilidade de se conversar com as crianças sobre as transformações de sua história a partir das fotografias pessoais, de família, dos amigos, que trazem registrados de passeios, festas e demais situações, as máquinas fotográficas ou celulares que possuem câmeras possibilitam realizar imagens que colaboram com as nossas capacidades de olhar a partir de pontos de vistas alternativos: dependendo de como são realizadas as fotos, obtemos mais detalhes sobre os objetos focados, descobrindo particularidades dificilmente vistas. Podemos nos colocar, junto às crianças, a observar variadas texturas, o que ocorre entre as formigas no parque da creche ou da pré-escola, os grãos de arroz no momento em que a refeição é servida, as paredes que delimitam as salas, as trilhas feitas na terra pelos insetos, os olhos, mãos e gestos dos amigos da turma, enfim, infinitas possibilidades de pesquisa nos ambientes vividos pelos meninos e meninas. Pode-se facultar às crianças junto com os adultos a composição de fotografias mediante a confecção de pinholes, que são máquinas feitas com latinhas de leite em pó, molho de tomate. Ao serem guardadas as fotografias compõem coleções pouco comuns nos espaços educacionais. São imagens que registram o cotidiano na perspectiva da criança e, ainda mais, considerando sutilezas pouco exploradas e conhecidas por todos. A experimentação de materiais, instrumentos e técnicas, a observação da natureza, por exemplo, garantem a expansão dos conhecimentos plurissensoriais. Em aventuras pelos diferentes lugares habitados, nas pequenas e grandes cidades, as crianças, portando máquinas fotográficas podem sair pelas ruas, explorando espaços, para conhecer os lugares – de encontros, de lembranças, de amizades, de alimentação, de confrontos – para construírem-se como pertencentes a eles, num exercício de percepção constante, Agosto/2010 focado e presentes em suas lentes. Quais são suas escolhas? Quais aspectos do cotidiano foram explorados? Quais pessoas? São perguntas que podem caminhar conosco e que nos ajudam a olhar e aprender com as crianças sobre seus pontos de vista a cerca do cotidiano por elas vivido e construído. A fotografia pode ser vista então como ato de comunicação que, ao mesmo tempo distinta do cotidiano, o compõe e o exibe, colocando-se e àqueles que a observam em diálogo. Quanto ao cinema, compreendido aqui como linguagem e prática cultural em que temos as relações sociais, psíquicas, estéticas todas implicadas, o que se percebe é que nos últimos anos do século XX e início do XXI a infância tem sido considerada nos enredos, ocupando cineastas, telas de cinemas e prateleiras de locadoras, estas últimas, constituindo-se como importantes lugares para onde se pode ir objetivando descristalizar coisas aprendidas e se propor a aprender outras novas. As experiências das crianças encontram no cinema lugar precioso para serem observadas e aprender com elas de muitos modos, a partir das inúmeras formas como são representadas, dando-lhes visibilidades diversas. Os contextos em que estão inseridas tornam-se conhecidos, com isso a pluralidade cultural, as formas de relação estabelecidas entre adultos e crianças e entre estes e os diferentes espaços escolares e sociais em que atuam. Está ai uma rica contribuição para a formação docente. Mas, e o cinema feito para as crianças? Como situar-se diante dos filmes infantis que ora são assistidos no cinema ora, alugados para serem vistos nas próprias creches e pré-escolas? Em primeiro lugar, se tem experiências diferentes – assistir nas unidades educacionais e nas salas de cinema ou mesmo quando são projetados em praças públicas e isso deve ser considerado2 . Não se pode exigir das crianças o mesmo tipo de comportamento e relação. Ainda assim, deve-se tomar cuidado com a escolarização dessa forma de arte: os filmes não podem servir a funções avaliadoras, de transposição de conteúdos escolares, ainda que os mais simples, ou mesmo, como suporte moralizador da infância. Adotar uma postura critica frente às obras a serem escolhidas é fundamental e se pensar que os corpos, que tanto reclamam liberdade de expressão em lugares amplos, têm que ser olhados com atenção, não se pode roubar o tempo das experiências corporais, da dança, dos ritmos, da busca pelo conhecimento, prendendo as crianças em cadeiras durante muito tempo. Sabe-se que, entre outros aspectos, essas produções culturais também são responsáveis pela constituição das crianças no que toca ao gênero, aos valores, às relações com os familiares e colegas, enfim, ensinam sobre o mundo vivido, imaginado e provoca invenções e fantasias. Ao professor caberá cumplicidade, ao mesmo tempo em que mediará junto as crianças as relações entre elas e o filme assistido. O cinema é também uma maneira de propiciar experiências estéticas às crianças, observando isso, é imprescindível que o adulto considere, nos filmes, sua forma e conteúdo, linguagens utilizadas, o caráter da produção, já que se trata de uma forma de possibilitar compreensão de mundo e simultaneamente promover criações. E a criança, pode criar? Precisa-se de materiais tais como filmadoras, ou celulares que filmem. Os desenhos criados pelas próprias crianças podem dar o tom para a elaboração coletiva de roteiros. Desenhos podem ser somados a outras linguagens em intensas pesquisas: escolher histórias e colocar amigos, massinhas ou somente desenhos, animando-os de modo bastante simples, considerando que raramente haverá a possibilidade de editar as imagens, não se trata de algo profissional evidentemente, mas  de experiências de criação que envolvem muitas pessoas de todas as idades. O contexto do filme, que poderá ter uma curta duração, pode ser acordado entre todos: será um drama, uma comédia, relatar algum fato ocorrido na creche ou pré-escola, os bebês da creche podem participar com as crianças maiorzinhas contribuindo com o que tiverem e puderem. Para se criar uma sequência de movimentos, pode-se fazer inicialmente desenhos variados, semelhantes, como num flip-book e deixar as crianças brincarem com a ilusão de movimentos que é gerada à medida que as folhas do flip-book – livros em diferentes tamanhos, que ao serem manipulados pagina a página, bastante rapidamente fazem com que as imagens desenhadas ganhem movimento.


PINHOLES- MÁQUINAS FOTOGRÁFICAS COM LATAS USADAS 

Trata-se de um processo simples, do qual todos podem participar, sendo prazeroso e cujos resultados são muito interessantes. Para sua confecção serão necessários alguns materiais que poderão ser usados por diversas vezes: • Uma lata que tenha uma abertura com tampa, ou que possa ser fechada com papelão, do outro lado da lata fazer um furo que será tampado com fita isolante. • Papel fotográfico branco • Revelador • Fixador • Interruptor • 3 bacias para revelação Com o material você procederá do seguinte modo: Recorte um quadrado de 6cm x 6cm de papel fotográfico. (Isto deve ser feito no escuro ou num quarto com luz vermelha muito fraca) e cole este papel na parte interna da tampa da lata de modo que a emulsão sensível (a parte branca do papel fotográfico) fique para o lado do furo. (isto deve ser feito em quarto escuro ou com luz vermelha fraca). Feche a lata com a tampa. Para que as fotos sejam tiradas basta levar a lata para um lugar claro, apontá-la para o que você desejar fotografar e fixar a máquina sobre algo que a deixe imóvel. (A máquina não pode balançar durante a operação). Focando o objeto tire a fita isolante por 20 segundos e deixe o buraquinho da máquina focando-o, após, será necessário fechá-lo novamente e revelar o papel. Tudo deverá ser feito no escuro. Preparar bacias com os líquidos revelador, interruptor e fixador. Tirar o filme da maquina e mergulhá-lo no revelador por um minuto, já será possível ver as imagens aparecendo. Em seguida dois minutos no liquido interruptor e cinco minutos no fixador. Após todo o processo lavar em água corrente por alguns minutos. Se a foto ficar muito escura é devido a um longo período de exposição, com o furinho da lata aberto por muito tempo, são várias as experiências oriundas daí. Pode-se voltar ao local, fazer várias fotos, utilizar várias latinhas. Criar e ficar atento às imagens que resultam desses experimentos fotográficos dos quais as crianças, sem dúvida, poderão participar.